Ondas de calor:  evite que as altas temperaturas interfiram no cultivo da soja
Manejo Biológico

Ondas de calor:  evite que as altas temperaturas interfiram no cultivo da soja

Entenda de que forma o estresse térmico provocado por altas temperaturas, como as ondas de calor associadas ao El Niño, prejudicam a produtividade da soja e veja como reduzir esses danos.

As mudanças climáticas recentes vem ganhando cada vez mais a atenção dos agricultores brasileiros. Segundo previsão de estudiosos, a cultura mais prejudicada com as mudanças climáticas a longo prazo tende ser a soja. Com o aumento constante da deficiência hídrica podem ocorrer baixas de até 41% nas áreas de baixo risco para o plantio até 2070, podendo gerar um prejuízo de 14 bilhões de reais aos produtores.* O impacto que o estresse térmico causou aos sojicultores na safra 23/24, com longos períodos de ondas de calor que beiravam os 40º nas principais regiões produtoras do país, é uma amostra desta previsão e reforça a urgência de adotar estratégias de manejo e tecnologias que possam mitigar os impactos climáticos e garantir maior resiliência às lavouras.

Ondas de Calor e Estresse Térmico

Mas, afinal, o que são ondas de calor? Este fenômeno meteorológico amplamente comentado nos últimos anos é caracterizado pelo aumento anormal das temperaturas em uma determinada região, geralmente acima das médias históricas, por um período prolongado. Esse fenômeno ocorre devido à presença de sistemas de alta pressão que impedem a movimentação do ar quente, fazendo com que as temperaturas permaneçam elevadas por dias ou até semanas.

Eventos climáticos como o El Niño e La Niña desempenham papeis críticos, tornando este fenômeno cada vez mais imprevisível. O El Niño, que se caracteriza pelo aumento da temperatura das águas do Oceano Pacífico alterando os padrões climáticos globais, intensifica a aparição de ondas de calor em áreas como o Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil, ampliando as temperaturas médias e prolongando períodos secos e quentes. 

Por outro lado, a La Niña, caracterizada pelo resfriamento das águas do Pacífico, tende a reduzir a ocorrência de ondas de calor, mas frequentemente provoca estiagens severas em regiões como o Sul do Brasil. Esses padrões climáticos globais não apenas afetam diretamente as temperaturas, mas sim a distribuição de chuvas, agravando os desafios enfrentados pela agricultura em contextos de variabilidade climática.

No contexto da agricultura, as ondas de calor são especialmente prejudiciais porque a elevação prolongada da temperatura do ar e do solo intensifica a perda de água pela evapotranspiração, enquanto limita a absorção de nutrientes e o funcionamento adequado dos processos fisiológicos da planta, como a fotossíntese, provocando o estresse térmico.  

O estresse térmico ocorre quando a temperatura ambiente excede o limite ideal para o desenvolvimento da soja, que varia entre 20°C e 30°C, sendo 25°C considerada a ideal. Como as ondas de calor são caracterizadas por temperaturas acima de 40°C, colocam a cultura da soja em uma situação crítica, especialmente em estágios sensíveis como germinação, floração e enchimento de grãos, comprometendo o desenvolvimento e a produtividade da lavoura podendo levar a sérios prejuízos, especialmente quando combinadas com déficits hídricos.

Efeitos do Estresse Térmico nos Estádios Fenológicos da Soja

O impacto das ondas de calor sobre a soja vai além da simples elevação de temperatura. Cada estágio do ciclo de desenvolvimento da planta apresenta diferentes níveis de sensibilidade ao calor, o que torna fundamental entender como o estresse térmico afeta a cultura em momentos-chave, desde a germinação até a colheita. Conhecer essas vulnerabilidades permite adotar práticas de manejo mais assertivas e minimizar perdas.

Germinação e emergência (V0 a V2)

As sementes de soja são mais dependentes de água que outras culturas para iniciar seu processo de germinação, acumulando até 50% de água em seu interior. Temperaturas acima de 30°C comprometem esse desenvolvimento inicial, reduzindo a viabilidade das sementes e atrasando a emergência das plântulas, prejudicando assim o estabelecimento uniforme da lavoura e, consequentemente, sua produtividade.*

Desenvolvimento vegetativo (V6 – Vn)

Ao longo de todo o ciclo, a cultura exige uma disponibilidade hídrica que varia entre 550 mm e 800 mm. Assim como na emergência, o estresse térmico pode trazer prejuízos na fase vegetativa por reduzir a fotossíntese devido ao fechamento dos estômatos para conservar água, impactando negativamente o crescimento. São as fases iniciais que demandam maior energia da planta para que ela possa  se estabelecer e desenvolver. Com altas temperaturas, nodulação e a fixação de nitrogênio também são prejudicadas, afetando o potencial produtivo da planta. **

Fase reprodutiva: floração e enchimento de grãos (R1 – R5

Pesquisas apontam que temperaturas acima de 35°C durante a fase R5 (enchimento de grãos) afetam gravemente o rendimento. O calor excessivo pode provocar a queda de flores, o abortamento de vagens e a diminuição do tamanho das sementes, levando a uma redução significativa na produtividade.**

Maturação (R6 – Rn)

O calor excessivo acelera a maturação, reduzindo o peso e a qualidade dos grãos*, impactando diretamente o resultado final da lavoura e valor de negociação dos grãos de baixa qualidade.

Manejo e estratégias para mitigar danos causados pelo estresse térmico

Reunimos algumas práticas de manejo para ajudá-lo a minimizar os efeitos do calor extremo na soja:

  • Práticas de manejo do solo: o plantio direto com palhada é o mais indicado nessas situações por proteger o solo da incidência direta do sol, evitando a amplitude térmica e conservando a sua umidade.
  • Seleção de cultivares: o melhoramento genético é um fator decisivo na escolha da melhor cultivar para essa situação, escolha sempre variedades cultivares tolerantes ao calor e ao déficit hídrico, mais adaptadas à região de plantio.
  • Monitoramento climático: ferramentas de monitoramento agrometeorológico permitem prever ondas de calor e precipitações com antecedência, ajudando a ajustar o manejo da lavoura.
  • Irrigação eficiente: com base nos dados meteorológicos ajuste os sistemas de irrigação para adaptar a cultura moderando as temperaturas e reduzindo assim o estresse térmico.

Uso de fertilizantes, biofertilizantes e bioestimulantes:  produtos como osmoprotetores à base de  antioxidantes e fitohormônios auxiliam na tolerância da cultura ao calor. Conheça a linha de produtos bioestimulantes para soja da Rainbow Bio. (link)

As ondas de calor e o estresse térmico são desafios cada vez mais presentes na sojicultura, exigindo que agricultores adotem medidas proativas para proteger suas lavouras, tornar a área de plantio mais resiliente e garantir a sustentabilidade da produção. No cenário atual de mudanças climáticas, preparar-se para eventos climáticos extremos não é apenas uma necessidade, mas uma oportunidade de modernizar e aumentar a eficiência do cultivo. Com planejamento adequado e uso das tecnologias disponíveis, os sojicultores podem proteger suas lavouras, reduzir perdas e contribuir para a continuidade da força do agronegócio brasileiro.

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* https://brsa.org.br/wp-content/uploads/wpcf7-submissions/4491/Soja-ENSO-Nomes.pdf

**  https://soybeans.ces.ncsu.edu/2020/07/how-do-high-temperatures-impact-my-soybeans/

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